Pensei em falar um pouco sobre a Black Friday e aí me veio à mente shoppings lotados, pessoas mega atentas nas promoções, nas vitrines, predispostas a consumir, mesmo quando o comprar não é necessário e, por muitas vezes, nem desejado.
Ainda tem as caixas de email repletas de promoções imperdíveis, redes sociais mostrando a todo momento nossas últimas pesquisas, oportunidades que nos fazem pensar “Não posso deixar isso passar” ou “Não terei outra chance de comprar tal coisa”.
De tanto procurar e receber notificações e alertas que chegam até nós até mesmo pelo WhatsApp, acabamos descobrindo que “precisamos” comprar coisas que talvez não utilizemos nem saibamos a real utilidade .
É claro que algumas pessoas juntam um dinheiro para comprar nas promoções , mas esse texto se dirige para as pessoas que costumam comprar por impulso. Da mesma forma que o marketing faz uma propaganda destinada a ser irresistível, precisamos atentar para o fato de que muitas vezes somos fisgados por oportunidades que não precisamos mas desejamos. Juntamente com o “está barato” e com o “vou comprar”, com o ” eu sempre quis algo assim” ou até o “eu mereço”
Por detrás da compra vem o pagamento. E pelo fato de nossa cultura não valorizar tanto a educação financeira de base, podemos cair na facilitação do parcelamento, o que pode virar uma bola de neve. E a satisfação de um impulso pode se transformar num sofrimento posterior.
Walter Riso, na obra Desapegue-se! Como se livrar do que nos tira energia e bem-estar propõe que “desejar, almejar, interessar-se por algo ou alguém é normal, desde que você não se torne obcecado e esteja preparado para a perda”.
Você está preparado para as frustrações?
Nem sempre podemos ter tudo o que pensamos querer. E nem por isso a vida é melhor ou pior.
Tendemos a consumir mais em datas que foram criadas para estimular o aumento das compras. Dia dos pais, das mães, das mulheres, Páscoa… enfim, há dia para tudo. Por vezes, cedemos a esse apelo em prol do consumo e deixamos que as pessoas ou os valores sejam sobrepostos pelas “obrigações ” de fazer parte desse movimento. Desautomatizar é preciso!
E, por falar nisso, cabe acrescentar que não fazemos nada no automático. Pensamos antes de agir, mesmo que esse pensamento seja muito rápido. Não é só chegar numa loja ou site e comprar com o olhar. É claro que, na internet tudo é muito rápido. Mas algumas ações ainda são requeridas para a compra.
Lembrar que você tem o controle é crucial para agir conscientemente. Isso vale para todas as escolhas que fazemos ao longo dos nossos dias e, no caso desse texto, para o consumo.
Procure não buscar desculpas que justifiquem o consumo, principalmente porque toda a ação tem uma ou várias reações. Você está pronto para lidar com elas ?
Boas escolhas !
Desautomatize-se!
Referência bibliográfica
RISO, Walter. Desapegue-se!: como se livrar do que nos tira energia e bem-estar. Tradução Célia Regina Rodrigues de Lima – Porto Alegre, RS: L&PM, 2018.
Grande abraço,
Grazielle dos S. B. de Jesus
Psicóloga – CRP 05/46825
E-mail: psi.graziellejesus@gmail.com
Perfeito! O vida de gado não serve de alerta somente pelo lado político, mas em todos os setores de nossa vida. Devemos sempre fugir de modinhas, principalmente as de fundo consumista.
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Sim, Cláudia. Repensar nossas práticas urge! Agradeço seu comentário e constante participação aqui em nosso blog . Grande abraço
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Perfeitas as observações, Grazi! Refletindo aqui…
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Obrigada, Luana querida. Grande abraço !
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Achei muito legal essas observações, principalmente agora nesse período de festas, acredito que grande parte das pessoas tem esse consumo exagerado,isso é muito ruim, acaba causando até uma doença,um vício ,e com esse descontrole acaba se prejudicando financeiramente,gastando mais do que ganha com a facilidade dos cartões de crédito, acho que temos de rever essas nossas atitudes,parabéns Grazielle
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Agradeço por você compartilhar suas reflexões em nosso blog, Ricardo. É sempre bom contar com seu feedback aqui no sobre Viver. Abraços
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