Existe uma velha que vive num lugar oculto de que todos sabem, mas poucos já viram. Como nos contos de fadas da Europa oriental, ela parece esperar que cheguem até ali pessoas que se perderam, que estão vagueando ou à procura de algo.
Ela é circunspecta, quase sempre cabeluda e invariavelmente gorda, e demonstra especialmente querer evitar a maioria das pessoas. Ela sabe crocitar e cacarejar, apresentando, geralmente mais sons animais do que humanos.
Dizem que ela vive entre os declives de granito decomposto no território dos índios tarahumara. Dizem que está enterrada na periferia de Phoenix, perto de um poço.
Dizem que foi vista viajando para o sul, para o Monte Alban num carro incendiado com a janele traseira arrancada.
Dizem que fica parada na estrada perto de El paso, que pega carona aleatoriamente com caminhoneiros até Morelia, México,ou que foi vista indo para a feira acima de Oaxaca, com galhos de lenha de estranhos formatos nas costas.
Ela é conhecida por muitos nomes:
La Huesera, a mulher dos Ossos;
La Trapera, a Trapeira;
La Loba, a Mulher Lobo.
“la Loba” tem outros nomes: Se chamam Marias, Teresas, Joanas, Anas, Lidias e tantos outros que bem conhecemos, em lugares aqui e acolá.
O único trabalho de La Loba é o de recolher ossos. sabe-se que ela recolhe e conserva especialmente o que corre o risco de se perder para o mundo.
Sua caverna é cheia dos ossos de todos os tipos de criaturas do deserto: o veado, a cascavel, o corvo.
Dizem…
As histórias se repetem, os mitos acompanham o homem contando e recontando padrões de comportamentos , padrões culturais, inícios e términos, de forma que haja conhecimento, transformação de vidas, regeneração.
Esse caminhar pela vida, com nossas questões pessoais e muito humanas, mostra-nos que precisamos deixar morrer o que está morto e cantar sobre esses padrões limitantes(ossos secos) e muitas vezes cruéis, fazendo-nos reviver, reiniciando uma vida viva , de fato.
Esse transformar e cantar sobre ossos, sobre o que está apodrecido e morto se refere aos homens e mulheres e na forma como se colocam diante de suas vidas.
Cantar um canto “hondo”, como fala Clarissa Estés, em Mulheres que correm com lobos, se refere a um canto profundo da alma.
É sobre palavra de poder e transformação que estamos falando agora.
Desse exercício de vida-morte-vida contínuo, de inícios e finais, de crescimento e renovação.
Às mulheres, digo que buscar esse canto”hondo”, profundo de alma, é buscar suas próprias iniciativas, fazer suas escolhas, correr pelos desfiladeiros da vida, ao encontro do feminino autêntico e profundo.
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