Hoje venho falar sobre a válvula de escape.
Há um tempo atrás, recebi uma mensagem no Facebook sugerindo essa temática. (E, desde já, deixo registrado que é sempre bom receber sugestões de temas e o feedback de vocês nas redes sociais).

Então, andei pensando sobre como abordar esse tema e me veio à mente a panela de pressão. Você que já nos acompanha aqui no blog deve perceber que volta e meia utilizamos analogias com a comida para desenvolver alguns temas. E partirei desse princípio hoje. Nada melhor do que falar em panela de pressão para explicar nossa válvula de escape.
Pensando na panela de pressão:
- Existe uma borracha, que impede que o vapor escape, através da vedação da superfície de contato da panela com a tampa.
- O acúmulo do vapor faz parte do processo de preparação do alimento.
- Soltar o vapor é o que faz com que “acidentes” não aconteçam.
Levando isso para a vida, podemos pensar no seguinte:
Independentemente da idade, passamos por situações que vão preenchendo nossas mentes. Muitas delas são inevitáveis. Porém, deixar que o vapor escape é o que faz com que o que foi acumulado não nos faça mal (nem a nós nem a quem nos cerca).
Da mesma forma que o vapor da panela de pressão tem sua utilidade em determinado momento, todo tipo de emoção também o é. Já mencionei em outros textos que pensar a vida como tendo apenas momentos felizes ou agradáveis é algo utópico e que sentir tristeza, medo, raiva, ansiedade etc é algo natural para todos. O que devemos atentar é para a intensidade e frequência desses sentimentos e se eles estão trazendo prejuízo para nossa vida.
Sendo assim, a válvula de escape de cada um terá mais facilidade de ser acionada para deixar que a pressão escape (ou grande parte dela diminua) quando conhecemos nossos limites, nossas fraquezas e forças.
Com o autoconhecimento, é mais “fácil” controlar nossas reações, mesmo em cenários mais complicados. A Terapia auxilia bastante nesse processo.
Um bom exemplo para acionar a válvula de escape é buscar encontrar e/ou fazer coisas que gostamos. Com a correria do dia a dia, muitas vezes focamos no trabalho, nos compromissos e esquecemos que também precisamos relaxar, mesmo fazendo as coisas mais simples.
No caso de crianças e adolescentes, o adulto tem papel fundamental, uma vez que deveria auxiliar no lidar com as situações cotidianas, partindo da escuta e do diálogo, validando sentimentos (e não julgando ou punindo quando estes apresentam comportamentos inadequados) e mostrando que existem outras maneiras de expressar o que sentimos e de reagir. O importante aqui é abrir um espaço para que crianças e adolescentes consigam enxergar no adulto alguém capaz de ouví-lo em qualquer situação.
Finalizo com o seguinte:
Não espere a pressão aumentar demais para aliviar o que você está sentindo. A tendência do que não escapa é explodir.
Como na panela de pressão, precisamos deixar o vapor escapar para poder abrir a tampa sem que os danos sejam potencializados. E, às vezes, precisamos da ajuda de outras pessoas para aliviar o que sentimos. Não hesite em procurar auxílio, caso perceba que não está conseguindo lidar com toda a pressão.
Um exercício para auxiliar na (re)descoberta das coisas que nos fazem bem é o curtograma. Pegue um papel e um lápis e escreva

E procure ter um tempo para você, para o seu autocuidado, em busca do que te faz sorrir e te acalma.
Mas, atente para não utilizar como válvula de escapa coisas que, a curto, médio ou longo prazo podem trazer prejuízos para a vida, como colocar na alimentação a saída para momentos de tristeza, por exemplo.
Cabe mencionar que as pessoas reagem a uma mesma situação de maneiras diferenciadas. Isso porque cada um tem um conjunto de crenças construídas e experiências vivenciadas, fazendo com que o olhar ou reação para determinada situação seja diferente.
Me coloco à disposição para quaisquer dúvidas sobre essa temática.
Grande abraço,
Grazielle dos Santos Barbosa de Jesus
Psicóloga Cognitivo Comportamental – CRP 05/46825
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